25 de novembro de 2009

Mais um dia de stress na Santa Casa -SP




Há uma semana atrás estive na Santa Casa. Não escrevi sobre isso antes por que escrever é reviver (nesse caso). E eu estava me preparando para reviver tudo o que passei naquele dia 18 de Novembro deste ano.

Bem... Em dezembro próximo terei perícia no INSS. Eu havia pedido um laudo médico para esse fim junto à adiministração da Santa Casa. Dia 18 fui lá retirar.
Consegui uma amiga, a Hosana. Que foi empurrando minha cadeira aqui de Mogi até SP, enquanto eu levava a filhinha dela no meu colo.
Chegando na recepção do Ambulatório de Especialidades da Santa Casa e me deparei com a primeira situação stressante do dia: Estava lá no controle que o laudo havia sido feito e entregue lá. Mas ninguém o encontrava em gaveta, arquivo, pasta, o escambal. Depois de horas aguardando o escriturário veio me falar pra eu aguardar mais um pouco que ele ia localizar a responsável e ela ia ver o que fazer.
Veio a tal mulher para dizer que houve um inexplicável extravio, que ela ia pedir pra refazer e que eu deveria voltar lá no dia seguinte para buscar ou esperar a médica que assina os laudos até sabe-se lá Deus que horas da tarde!

Eu expliquei que não tenho como sair sozinha, que minha amiga não poderia voltar comigo no dia seguinte, e que eu precisava do laudo, o qual eu já aguardava há mais de 30 dias. Mas ela me disse que não havia nada que pudesse ser feito, além da alternativa que já havia me dado.

Resolvi então procurar um médico na ortopedia e pedir o laudo pra ele.
Segundo stresse! eu não tinha consulta marcada e precisava esperar todos os atendimentos para falar com algum deles. Mas fiquei lá no corredor e o primeiro que passou e chamei e pedi um minuto. Mas ele era o chefe dos residentes, muito ocupado e não podia me atender naquela hora. Passou outro, chamei e expliquei o que queria ali. Ele me falou que não tinha como fazer o laudo, que eu precisava abrir uma ficha para que pedissem meu prontuário, se chegasse a tempo ele faria o laudo. Que saco de burocracia. Ele só precisava escrever que tenho coxartrose, colocar o CID, dizer que estou em programação de cirurgia e com movimentos comprometidos. Assinar, carimbar e colocar a data. Pronto! Estaria garantida minha perícia. Mas não, tudo tem que ter uma dificuldade para que as pessoas se cansem e desistam de tudo.

Mas eu ainda consigo lutar um pouquinho. Apesar de em alguns momentos pensar em mandar tudo e todos a puta que pariu!
Resolvi soltar o verbo como dizem por aí. Falei pra ele sobre a última consulta. Disse que há um mês atrás tinha passado lá, que tinham me falado pra eu esperar que em mais ou menos duas semanas me ligariam para a cirurgia e que até aquele momento ninguém havia entrado em contato. Ele veio com o mesmo argumento (blá blá blá), que tinha muitos acidentados, muitas recolocações de próteses e não sei mais o que.
Eu disse que cansei disso, que eu sabia que era o Dr. Nelson que estava dificultando as coisas pra mim e que eu estou de saco cheio dessa história.
Ele tentou repetir todos os argumentos  e eu disse que bastava, que eu nào quero mais saber daquilo tudo e que alguém vai ser responsabilizado pelo meu estado de saúde. 
Nessa hora passou um dos médicos que acompanhou a consulta em setembro e disse que eu tinha que ser operada imediatamente, que não dá mais pra esperar. eu continuei falando sobre o Dr. Nelson, sobre a postura dele em relação ao meu caso e sobre minha revolta. 5 médicos se reuniram em uma ''rodinha'', falaram algo entre e si e voltaram pra falar comigo. Me pediram pra ir em um dos consultórios e um médico me atendeu. Fez o laudo que fui pedir. Me disse que iriam pedir minha internação e que na semana seguinte eu deveria ir pra cirurgia.
Disse que eu precisava repetir alguns exames e passar novamente com o infectologista. Que porre!!! Mas eu tinha que fazer.
O pior que os exames seriam feitos na Santa Casa, largo da Santa Cecília. 
O médico me pediu para falar com a assistente social para ela me dá uma autorização para nós irmos de transporte de Santa Casa.
Fui lá falar com a mulher, que por via de regra não ''assiste'' ninguém em nada. Ela, obviamente negou o transporte. Foi desumana, grosseira, mal educada, estúpida. Me disse que o transporte não seria liberado pra mim porque eu não tinha consulta marcada nem no ambulatório, nem no hospital geral. Disse ainda que não me custava ir de cadeira de rodas de um lugar pra outro, já que eu tinha chegado lá e não usei carro pra isso. 
Ou seja, eu fui de Mogi à SP de cadeira rodas e isso não me custou nada.
Bem, a essa altura as emoções já estavam no auge. Ali mesmo chorei de raiva, de idignação, de cansaço, de dor, de revolta... Mas anotei o nome dela e fui procurar a ouvidoria para registrar uma reclamação. Eis que fiquei completamente perplexa! O setor de reclamações não tinha ninguém pra me atender naquele momento. Me orientaram escrever um email e enviar. Já viu isso? Eu não tinha com quem reclamar sobre um péssimo atendimento. A essa altura eu já estava descontrolada, com raiva do mundo e chorando. Um segurança veio me perguntar qual era o problema e ei fui tão grossa quanto a assistento social. Mas ele insistiu e falei o que estava acontecendo. Ele saiu e dois minutos depois voltou falando que tinha conseguido autorização para irmos de ambulância. Na hora eu pensei, se eu fosse assistente social e um segurança terceirizado conseguisse em 2 minutos uma solução para um problema o qual eu não consegui, eu me sentiria a mais incopetente das profissionais.
Mas enfim... Esperamos horas a tal ambulância chegar e fomos em busca de fazer os tais exames,
Chegamos no PS da ortopedia e de novo a burocracia emperra tudo. Não queriam abri uma ficha pra mim porque ali é um centro de emergência e eu não tinha nada que justificasse uma consulta ali. Fui falar com um médico, ele ligou para o médico que me mandou pra lá e em seguida foi comigo e autorizou a abertura da ficha de atendiemento. Mas eu tinha que esperar um médico especialista em quadril chegar. Esperei, esperei, esperei... e quase 14 horas apareceu o Dr. Cristian, mesmo médico que me atendeu no ambulatório. Ele me levou pra fazer os exames. Primeiro um Eletrocardiograma, depois um raio x e por fim exames de sangue e urina.
O eletro e exames laboterais foram tranquilos, salvo os desconfortos normais que me acometem, pois um simples movimento que faço sinto dores. E já somariam 7 horas na mesma posição até o momento desses exames. Eu já sonhava com uma cama há horas.
O raio x foi o que mais me maltratou! Foram 3 pessoas pra me segurar. tinha que abrir um pouco minhas pernas e esticá-las para conseguirem medir minha prótese.
Tudo que o médico pediu foi feito. Mas já eram 17 horas quando fui liberada e eu finalmente pude me alimentar (estava sem comer porque os exames de laboratório deveriam ser feitos em jejum.
Na quinta -feira, dia 19 eu deveria ir a Santa Casa novamente passar com um infectologista e pegar o pedido de internação. Então acordamos cedinho e seguimos as 7 da manhã para a Santa Casa. No meio do caminho recebo uma ligação do Jefferson dizendo que o Dr. Cristian havia telefonado e informado que eu nào deveria ir, pois haviam internado um paciente grave e que preciram andiar minha cirurgia em uma ou duas semanas.
Não me surpreendi, pois em nenhum momento acreditei que iriam relamente me internar. O tempo todo eu pensava que chegando aos ouvidos do Dr. Nelson a discussão sobre minha internação ele faria com que desmarcassem. Os motivos estão em outros relatos sobre minha luta e a Santa Casa. Mas fiquei exremamente abalada emocionalmente e pensando em toda dor e constrangimentos pelos quais passei para realizar os exames inútilmente. Isso não é fácil. Cada vez que vou a Santa Casa me stresso, choro, me irrito... Lá me enganam com falsas expectativas, me fazem repetir exames e fazem acreditar que finalmente vou operar.

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