17 de março de 2010

A importância do Ecocardiograma fetal

Estive acompanhando um debate entre mães, em um fórum sobre gravidez, parto e amamentação em um site de relacionamente. Muitas mães, obstetras e pessoas relacionadas a àrea da saúde defendiam posições contrárias à realização do ecocardiograma fetal, se o pré natal não fosse de alto risco, ou a mulher fosse considerada de baixo risco para problemas na gestação.

Pois bem, todas as mães que se posicionavam contrárias eram mulheres que tiveram seus filhos saudáveis. Muito bem fundamentadas no senso comum, diga-se de passagem.
Muitas médicas obtetras também eram contrárias e argumentavam:

1 - que se a gestação era não era de risco o exame se torna desnecessário. 
No meu caso: Doenças maternas crônicas, uso de medicamentos, exposição materna a agentes teratogênicos. Mesmo assim minha GO achou desnecessário o exame. Eu soube que existia esse exame porque sou curiosa, pedi para a médica solicitá-lo e ela me convenceu que não havia necessidade. Porém a maioria das gestantes, sequer sabem que ele existe.
Se a técnologia estar batendo a nossa porta e avançando a cada dia, porque não usufruir dela???

2 - que esse exame só serve (quando não há alteração nos exames de rotina) para deixar a mãe estressada.
Não stresse maior que não saber o que se passa com seu bebê, mesmo estando ele na barriga ainda. Melhor esperar nosso filho com a certeza de que está tudo bem. Mesmo assim... A Ana tinha 3 defeitos graves no coração e não foram notadas alterações nos exames de rotina (ultra som pélvica e morfológica desde a 28 semana).

3 - que não é um exame preventivo, por tanto, mesmo que o feto tenha algum problema cardiaco, fazer ou não o exame, não mudaria em nada.
Ah! Concerteza. Uma vez diagnósticado algum defeito no coração, o exame não evita que o problema persista. Mas que faz diferença, isso faz. ''Caí de para-quedas'' no mundo da cardiopatia congênita depois que a Ana nasceu. Não estarmos ''preparados'' para receber um bebê cardiopata poderia ter levado a Ana Rosa a morte. Não sabíamos o que fazer,  pra onde ir, o que nos esperava... Fico com as pernas trêmulas só de pensar que ela poderia ter morrido por falta de UTI neo natal, por falta de uma equipe preparada para recebê-la e operá-la, se fosse preciso... E fico P*** da vida ao lembrar que insisti com a médica para fazer o ecofetal e ela não achou necessário. Depois dizem que intuição de mãe é bobagem!!!

4 - que o exame causa gastos desnecessários ao governo, pais, ou convênios médicos.
Isso sim, esclarece os motivos pelos quais esse exame não é divulgado amplamente, não faz parte da lista de exames obrigatórios, não é indicado onde não há risco eminente de alterações cardíacas. Tudo no fim das contas se resume a dinheiro.

Um problema cardíaco em um bebê não diagnósticado precocemente pode levá-lo a risco de morte ou até a óbito.
O Ecocardiograma fetal detecta os mínimos detalhes no coração do bebê em ges­tantes com bastante antecedência do parto.  Pode ser feito a partir do 4º mês de gra­videz e detecta com pre­cisão malformações do coração, bem como al­terações em seu ritmo. Não é um exame invasivo, portanto seguro para a mãe e para o feto.

Sou a favor de que o ecocardiograma fetal faça parte dos exames de rotina no pré natal. Já que existem muitas mulheres saúdáveis, que jamais usaram drogas ilicitas ou lícitas, que não tem histórico de cardiopatia na família, que tiveram filhos cardiopatas.
Já que, por experiência própria, sei que nem sempre o US morfológico pode apresentar alterações, mesmo o feto tendo defeitos cardíacos.

4 comentários:

  1. Adorei esse texto, muito importante para todas as gestantes... Aproveitando, gostaria de dizer que fiquei emocionada com o seu blog, é uma pena nao te-lo conhecido antes...a partir de agora acompanharei todos as postagens..Um gde beijo querida
    Eliana Regina Vitiello ( Roma/Italia )

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  2. Eliana... Muito obrigada pelo carinho. Pena que o google está me impedindo de escrever aqui... mas vou criar outro e te mando o link.

    Abraços

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  3. Olá!!!

    Eu tive uma gravidez fantástica, nada a salientar...tudo normal...o médico continuava a dizer "Está tudo bem, está tudo bem!"

    Levei uma gravidez super saudável, mesmo 6 meses antes de engravidar, tomando ácido fólico e nem tocando em medicação ou álcool, não tenho diabetes, nada de mais....

    O meu bebé nasceu com Transposição dos Grandes Vasos, uma cardiopatia congénita.....

    A eco ao coração do feto deveria ser obrigatória e agora sempre que falo com grávidas, peço para que a façam....

    A cirurgia correu bem...o coração ficou anatomicamente correcto...o meu nunca mais foi o mesmo....

    Tudo de bom!!!

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  4. Sou ecocardiografista fetal e concordo que o exame é fundamental para o diagnóstico precoce e o preparo do parto em um centro de referência para que o bebê seja prontamente atendido por equipe médica especializada. Lilian Zardini
    COMUNIDADE CARDIOLOGIA PEDIATRICA (ORKUT).

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